Wednesday, October 25, 2006





Aconteceu-te hoje algo extraordinário que em verdade mereça ser contado? Ou foi apenas o mesmo que ontem, anteontem e de amanhã? Se assim foi, cala-te. Não digas nada. Não gastes as palavras por força de falar. Deixa-te ficar a ver a chuva alternar com o Sol. A tempestade com o mar. Chora, ri… como te for grato. Falamos depois, quando alguma coisa acontecer que não possa realmente deixar de ser contada. Quando te apaixonares novamente, quando um gato aparecer de surpresa à tua janela, quando os teus passos te levarem por aquele caminho, que sempre esteve ali, à espera, ou quando beijares os lábios que com amor procuras. Até lá, fiquemos em silêncio, os dois, de mãos entrelaçadas, se o quiseres, mas não digas nada. Eu estou a ouvir.

Monday, October 23, 2006


Em Cascais, não há só tios e tias. Também há coronéis... e marquesas.

Monday, October 16, 2006



my bright side.

Friday, October 13, 2006



O jantar de uma empresa é sempre festivo. O salário nunca é suficiente para pagar o sacrifício de precisar de trabalhar. Por isso, toca a comer por três dias, e beber por um mês. É a empresa que paga. Mas antes, é preciso seguir o ritual. Primeiro, aquele homem que quase só conhecemos do lugar destinado ao conselho de gerência na ficha técnica levanta-se. Todos fingem concentração, quando começa a elogiar o trabalho feito, os projectos alcançados, a enaltecer uns, ignorar outros, e lembrar - lembra sempre - que é preciso continuar por mais um ano. Depois dos aplausos para esconder a falta de entusiasmo, é tempo de homenagear os “colaboradores” mais antigos. Aquele homem, que nos habituamos a ver pelos corredores, sempre atarefado, mesmo na pausa para o cigarro, ao fundo do corredor, agradece os aplausos. Emocionado, segurando, sem graça, a gravata, também ela funcionária antiga da casa, faz vénias e balbucia brigados.
É então que a festa começa. Ida ao buffet, mais vinho, nova visita às carnes, mais vinho, sobremesas, digestivo. Começa a música, os sorteios de viagem, os excessos. A troca de olhares com a rapariga que trabalha ao lado, mas com quem nunca falamos. As paixões reprimidas que se desatam, com as luzes, cigarros e mais digestivos. A música que não pára, as danças mais apertadas para esquecer a vida que se leva em casa. Se forem muitas, a noite termina com um desvio para trás de um arbusto ou para o banco traseiro de um carro. Amanhã é outro dia, mas no jantar da empresa ninguém pensa nele. Já o conhecem.

Thursday, October 12, 2006



Ironia. A última mulher tatuada da etnia chinesa Myanmar. "We all die".

Tuesday, October 10, 2006


Nada tem de real este tempo. Apenas passa, não fica. Sente-se como espuma de onda, brisa que não aquece, adormece. Esfuma-se em mentira. Constrói-se em mais nada do que ele, o tempo. Que de tanto passar, parece que não passa. Deixa ficar.

Sunday, October 08, 2006


Paris in July

Friday, October 06, 2006

Detêm-se palavras à luz de uma vela. Fumo mistura-se com rouquidão. Bebe-se vinho, come-se queijo. Mais vinho, e nada, mesmo nada, parece verdade.

Tuesday, October 03, 2006


Lá fora somos figurões, aqui!... figurantes.

Sunday, October 01, 2006


Vemo-nos através dos outros, mas não somos o que os outros vêem.
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