Friday, May 11, 2007

Uma nesga de céu azul,
uma gota branca de mar,
um pedaço solidificado de vento,
trazes tudo condensado no olhar,
como quem chora um sofrimento,
rindo a cada momento,
nas asas de um pássaro migrando para o Sul.

Um líquido pálido de água,
um rasgo vermelho de sangue,
dois dedos de carne palpável,
viajas assim pela minha pele exangue,
como se amar-te fosse inevitável,
o teu beijo coisa amável,
que evapora esta despida mágoa.

Um esboço de uma manhã,
um perfume vivo de um entardecer,
um bater de asa que se ouve fugidio,
és tudo isto e o efervescer,
deste amor que se ergue esguio,
que percorre a alma afagando o frio,
fazendo esta melancólica dor descansar e esmorecer.

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