Tuesday, May 29, 2007


Uma frase solta numa parede branca,
debruçada no silêncio de uma rua que passa sem crianças,
uma manhã sem sol,
sem chuva,
sem tempo.
Um velho de palha dourada,
respirando uma baforada roubada,
o ar que chicoteia a mão cansada,
estilhaçando o espelho.
E tu que não dobras a esquina,
que te escondes atrás do horizonte,
atrás das horas que não passam,
que derretem-se em lágrimas de suor.
E tu que te deitas para além do mar,
numa noite que tento mas não consigo agarrar,
que desvanece ao fundo da rua,
onde não chega nem a sombra da Lua.
E tu que dormes de olhos fechados,
sonha até aqui e lê o que diz a parede branca:
"em cada bairro: revolução",
abraça-me e escuta o que fala o meu coração.

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