Monday, May 14, 2007

Os vencedores
e os ‘vencedores’

São os mesmos discursos de há 30 anos. São os mesmos vencedores. São os mesmos derrotados a cantar vitórias morais. Mas a crueldade da matemática não deixa espaço para queixinhas ou ressabiamentos.
Jardim ganhou. Foi esmagador, e provou, que aqui na Madeira, é o único que sabe fazer política - o que não é necessariamente um elogio. Provocou as eleições - sem arriscar muito, porque sabia de antemão que a vitória não fugiria ao PSD - e saiu politicamente reforçado, de um escrutínio que voltou a pôr a nu a incapacidade da oposição.
Ninguém, à esquerda ou à direita, lembrou-se das 90 mil almas que ficam em casa nos domingos eleitorais. Ninguém, a não ser o próprio Jardim, falou para elas. Ninguém entendeu que aí poderia está a diferença, que ironicamente não esteve, no caso do PSD, porque a esmagadora maioria dos abstencionistas não vota porque está descontente com as políticas jardinistas e não vê alternativa na oposição. E, pelo andar da carruagem, vai continuar a não ver.
O PS saiu das eleições como uma ténue amostra daquilo que o principal partido da oposição deve ser numa democracia. Obteve uma humilhante derrota, quase tão grande como os surreais discursos que se seguiram. O CDS - ainda sem o ‘PP’ na sigla - foi ultrapassado pela CDU, e também não viu necessidade de reflectir internamente.
À esquerda, o Bloco também perdeu. Teve o ‘mérito’ de ter sido o único partido a assumir a derrota, mas (ainda) não teve a ideia de ser Bloco. Continua a ser a ‘velhinha’ UDP. E o eleitorado que se revê nas palavras de Louça e na forma inovadora de fazer política, que cativa aquela esquerda mais urbana, preferiu votar no ‘Bexiga’ do PND. Também o MPT ganhou. Os independentes deixaram de o ser, à custa dos eleitores socialistas que não gostam de Jacinto Serrão e que fizeram questão de o demonstrar.
Resumindo: mais quatro anos de PSD, mais uma travessia no deserto para o PS.

0 Comments:

Post a Comment

<< Home

Locations of visitors to this page Website counter