Sunday, May 13, 2007

mil olhos incertos percorrem certa praça,
mil olhos de água vagueando pela manhã imaginada,
num ângulo a tentação,
que me escoa da mão,
e escrevo o teu nome,
sem mais nada.

Respira esse nada,
nessa certa praça,
os olhos sacodem a água,
ratos alados descem picados,
levam a dor
- deixam o teu nome -,
trazem calor, fome, amor,
estou saciado.

Deambulam parados mil rostos, mil caras
- quinhentos anos de viagem -,
parecem cansados,
pisando o xadrez de uma certa praça,
traços arrastados de uma ilha desmaiada,
deixo-me ficar à sombra do ângulo,
a escrever o teu nome.

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