Thursday, May 17, 2007

invento-me como poeta,
como testemunha da nuvem que passa,
do sol que fica,
da noite que me abraça,
rasgando o papel com os dedos queimados,
neste mural encerrado,
escondido entre a capa negra de um caderno com história,
onde derramo a estória,
deste amor sonhado.

aqui nesta parede branca de papel,
sou tudo o que não fui,
mais o que sou e o que me iludo ser,
escrevo até endoidecer,
até a mão arder,
fazendo as palavras girarem pelo ar,
velas desfraldadas navegando pelo mar,
uma letra naufragada que aflui,
desaguando à tua beira.

o que sou (realmente) nem a ti digo,
nem a mim que não sei,
viajei por estes anos em busca,
do mistério de uma viagem,
cheguei a ti nas asas de uma aragem,
ancorando na margem de manhã que ofusca,
e vou descobrindo toda uma galáxia,
que não sabia existir em mim,
e agora aprendo a (me) conhecer.

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