Monday, September 17, 2007

Quero morrer nos teus olhos,
nesse olhar tão teu,
eternizar-me nesse reflexo de mim,
que não pertence aos meus olhos,
porque individualmente não sou eu,
mas pálida imagem de mim.

Quero prolongar-me nesse gesto,
habitar no segredo que guardas em ti,
ser parte do respirar que te envolve,
e desenhar-me através desse universo,
em que um dia, deitado, vi,
a imagem que o teu amor devolve.

Quero ser esse homem que vejo,
ter os contornos aguados,
que as tuas pálpebras vão escrevendo,
nesse eterno desejo,
de ser abraçado pelos teus olhos salgados,
e aí morrer, vivendo.

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