Thursday, September 20, 2007

de cada janela que brilha lá fora,
chega até mim ténue lamento,
que oiço, distante, agora,
como um sopro esfarrapado de vento.

antes foi minha aquela janela,
desenhada no prédio insone,
persianas cerradas e a marca derretida de uma vela,
olhos molhados pela fome.

agora apaga-se a luz do meu quarto,
é suficiente o teu corpo luminescente,
para afugentar a insónia deste espaço,
em que a poesia era coisa intermitente.

ela dorme hoje nos meus braços,
vestindo mais nada do que um perfume de fado,
sonha nua sem embaraços,
despontando infinita ao meu lado.

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