Monday, June 04, 2007

'Heil' José Pinto-Coelho

Acho piada. A sério que acho piada, nesta nossa extrema-direita. Para dizer a verdade, acho piada a todas as extremas-direitas, mas particularmente na nossa, particularmente na barbicha do líder do Partido Nacional Renovador (PNR), José Pinto-Coelho.
Porque esta extrema-direita que quer Portugal fora da União Europeia. Que defende o escudo e os centavos sem um mínimo de conhecimento de economia ou finanças. Que deseja "boa viagem" aos milhares de estrangeiros que ajudam a construir Portugal, mas não sabe muito bem como vai receber os milhões de portugueses que trabalham lá fora. Que idolatra o "génio financeiro" de Salazar que saneou as finanças portuguesas, mas não investiu um centavo no desenvolvimento do país. Que aplaude a diplomacia que nos manteve à margem da II Guerra Mundial e fecha os olhos aos pantanosos 13 anos de guerra colonial em que o país esteve atolado. Que lê o ‘Mein Kampf’ convencida que tem cabelo louro e olhos azuis. Que olha embevecida para Le Pen, apesar dele querer escorraçar os portugueses, e restantes emigrantes, de França. Que organiza reuniões internacionais esquecendo-se que a pureza do sangue lusitano é doença infecciosa nos países convidados. Que rapa o cabelo ou o penteia à ‘III Reich’. Que acolhe grupos de marginais com pomposos nomes ingleses - onde está o orgulho nacional aqui? Que fala em liberdade de expressão, mas desata à pancada e à vil ameaça quando a expressão não é a dela. Que é uma caricatura desensabida de uma coisa que está morta, por mais concursos de televisão que Salazar vença.
Por tudo isto, esta malta tem piada. Pelo ridículo. Pela demagogia. Pelas ideias requentadas e importadas. E, principalmente, pela barbicha de José Pinto-Coelho. Nada que se compare, claro, ao cabelo dourado da minha Scarlett Johansson. Essa sim pura. Não no sangue lusitano, mas nos sentimentos que nos unem.

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