Wednesday, January 03, 2007


Como uma vertigem,
a noite cai sobre Maria, José e Jesus,
pintados de dourado.
A luz esconde-se atrás do espelho,
e uma bola partida,
rebola no chão.
A árvore de Natal,
sem estrela,
sobre para o céu.
E Maria corre pela noite dentro,
como Alice caindo desamparada pela toca,
desvairada,
e eu deito-me a ler poesia.

Fechas os olhos,
com pudor,
deixando as palavras entrarem em ti.
E com amor,
esvazio a alma,
entregando mais um fragmento de mim.

Recebes de costas voltadas
– não quero que vejas, o que não falo sem guião -,
mas segurando-me na mão,
ouvindo com atenção,
vais sorrindo nas pausas.

E quando o negro caderno se fecha,
quando o silêncio toma de assalto o quarto,
fica no ar o cheiro da paixão,
do suor,
das lágrimas,
do doce maracujá que derramas,
e entrego-me à noite,
de braços abertos.

2 Comments:

Blogger José Leite said...

Se a poesia é o "sumo da alma", essa do "maracujá" está fabulosa!

O maracujá é uma bebida saudável e não engorda... era bom que os governantes da Madeira fizessem marketing apropriado!

Jardim, um talento na arte de propagandear, poderia ser o porta-voz ideal desse produto tão suculento e que torna a belíssima ilha da Madeira... ainda mais apelativa!

7:43 PM  
Blogger nin said...

maracujá escreve-se "passion fruit" em inglês ;)

10:20 AM  

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