Monday, March 26, 2007

Este poema é um bom lugar para morrer,
e para viver também.
Não se morre realmente num poema,
nem se vive plenamente, também.
Ama-se, desencontra-se.
Chora-se, ri-se.
Mas não será isto efectivamente viver?
Que seja então assim.
Porque aqui,
no tempo que dura uma rima,
entre uma estrofe e outra,
nascem, crescem e morrem sentimentos.
Pensamentos loucos,
vagueiam roucos pelas palavras,
fantasias e reticências,
derramam alegrias nas pausas.
Fala-se de amor, de dor.
Escreve-se paixão até doer a mão.
O coração aperta-nos e as letras libertam-nos,
vive-se por entre as sílabas carregadas,
morre-se em cada vírgula encravada,
desespera-se, altera-se, deixa-se ficar.
Nada se diz, tudo se revela.
A poesia é vida,
e nela quero morrer,
para renascer eternamente,
neste amor ardente,
que é desenhar o teu nome.

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