Monday, December 18, 2006

Dizes que vais morrer amigo,
mas quem morre não avisa.
E esse desalento que caminha contigo,
que te alimenta e definha,
não é morte anunciada,
mas desencanto de amor.

Dizes mas não acreditas.
Porque quem ama assim a vida,
quem espera sempre que o amanhã se vista de surpresa,
não morre de tal doença,
por mais forte que seja a dor.

E tu que sentes a água como chuva,
o vento como certeza de vendaval,
não podes olhar o mar como simples gota de sal,
só porque viveste metade da vida.

E tu que amaste nos cinco continentes,
e sonhaste outros mil,
sabes que não viveste a vida pela metade.
E mesmo agora,
mesmo à deriva,
sentes que a tua alma será mais uma vez convertida.

Por isso,
não digas que vais morrer,
ninguém acredita.
Ainda há tanto para viver,
tanto mundo para ver,
que essa morte que falas,
se chegar,
não será dessa dor,
mas sim de excesso de amor.

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