Wednesday, December 20, 2006

Debruço-me sobre o abismo da palavra,
e descrevo,
com vocabulário reduzido,
obsessivo,
as sílabas que constroem o teu corpo.

Só assim o poema pode ser escrito,
à sombra de uma vela apagada,
e o verbo vai fluindo,
como sopro,
de uma tempestade imaginada.

Alinhavo as rimas,
as pontas soltas da tua alma,
o texto com que partes o dia,
o desejo,
a liberdade alva que ele sustenta,
e escrevo.

O fantasma não entende
- ninguém entende -,
não lê para lá das linhas,
da folha branca riscada de saudade,
mas a borracha não apaga a tua imagem,
derramada sobre o papel.

É marca de’água,
aberta.
Uma ferida que não sara,
tatuagem de luz,
esventrada.
Sentimento virado ao avesso,
arremesso de paixão,
que a mão carrega.
E escrevo.

Sempre.
Escrevo para sempre.
O teu nome,
o pensamento.
Até sangrar,
até chorar,
até cuspir o coração.
Aceita,
isto que escrevo.

2 Comments:

Blogger José Leite said...

BOM NATAL e MELHOR 1997!

Que Deus finalmente, acorde e saia dos braços de morfeu... dando ao mundo a Paz que tanto ansiamos!...

5:03 PM  
Anonymous Anonymous said...

Boa tarde
Parabéns por seu blog
Se desejar visite o meu blog também
bom natal

5:06 PM  

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