Chove, e não há uma nuvem no céu. O azul cobre tudo, desde a colossal montanha despida de verde – castanha –, até onde o horizonte se confunde com o sal.
Lá longe, para lá da criança nua que desenha castelos de areia, uma vela branca flutua, mesmo antes de o mar, sem esperança, se precipitar na esteira da lua apagada.
Aqui, à minha beira, a água continua a cair. Levo-a comigo, tentando não dar por ela, e permaneço assim, vestido de líquido por uma chuva que não vem do céu. Que se derrama de dentro para fora.
E finjo constipação. Disfarçando a lágrima de hoje e de amanhã. Porque esta gota que escorre de mim, feito véu, que gela os ossos e evapora a carne, não vem do céu nem do coração, que nunca soube chorar.
Tudo agora é novo mundo. Tudo aqui é morte lenta. Que desvanece em rico seco profundo, e desaparece em praia deserta. A palavra está prescrita. A frase que não foi dita, desprende-se numa espiral de fumo, porque neste assumo de alma, o silêncio é definitivo.
Lá longe, para lá da criança nua que desenha castelos de areia, uma vela branca flutua, mesmo antes de o mar, sem esperança, se precipitar na esteira da lua apagada.
Aqui, à minha beira, a água continua a cair. Levo-a comigo, tentando não dar por ela, e permaneço assim, vestido de líquido por uma chuva que não vem do céu. Que se derrama de dentro para fora.
E finjo constipação. Disfarçando a lágrima de hoje e de amanhã. Porque esta gota que escorre de mim, feito véu, que gela os ossos e evapora a carne, não vem do céu nem do coração, que nunca soube chorar.
Tudo agora é novo mundo. Tudo aqui é morte lenta. Que desvanece em rico seco profundo, e desaparece em praia deserta. A palavra está prescrita. A frase que não foi dita, desprende-se numa espiral de fumo, porque neste assumo de alma, o silêncio é definitivo.
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