Saturday, July 21, 2007

Região paga abortos... no futebol

Começou bem o novo secretário regional dos Assuntos Sociais. Começou com o pé direito, bem metido na poça da hipocrisia. Os argumentos (ou a falta deles) para não apoiar social e financeiramente as mulheres madeirenses que pretendam interromper uma gravidez não desejada são, no mínimo, ridículos.
Para não dizer ressabiados, pois a derrota do ‘Sim’ na Região, porque mais que doa ao falso e bafiento moralismo madeirense de sacristia, não impede que uma lei do Estado vigore numa terra que é parte integrante do território nacional. Para não dizer obscenos, pois alegrar-se com as adolescentes que decidem levar por diante uma gravidez, é esquecer os graves problemas sociais que essa decisão - individual como também é o aborto - pode acarretar. E para não dizer requentados, pois expressões como "ataque colonial" ou "nem um centavo para a Interrupção Voluntária da Gravidez (IVG)", já saíram da boca de outro Jardim, mas na altura a ‘despesa’ era a população de Timor-Leste.
Agora, a população é madeirense, e mais uma vez o Orçamento Regional não tem verba para ajudá-la. Em nome dos valores da sociedade. Em nome de uma Igreja Católica ultrapassada pelo tempo. Em nome de uma guerra política entre o Funchal e Lisboa que, como em todas as guerras, provoca danos colaterais apenas nos mais fracos: o povo.
Mas esse mesmo Orçamento Regional sem verba para custear a despenalização do aborto, continua, época após época, a pagar a contratação dos abortos que o Marítimo, Nacional e outros clubes tão representativos como o Grupo Desportivo Recreativo e Cultural da Casa do Povo da Fajã dos Nabos compram a pensar na Taça UEFA.

0 Comments:

Post a Comment

<< Home

Locations of visitors to this page Website counter