Sunday, June 24, 2007

Se algum dia eu te encontrar,
noutro tempo que não o nosso,
deixa-me que te tome nos lábios o coração,
e que te segurando na mão,
murmure:
Entrego-me a ti com a lucidez cega do amor,
aceita todo o meu ser,
que deposito a teus pés.
Nada sou neste tempo ímpar,
apenas uma alegoria,
por favor reconhece-me como teu.
Se algum dia eu te encontrar,
noutro tempo que não este,
e abordar-te, como aborda um desconhecido,
não deixes que o teu corpo se faça esquecido,
nem te assustes se as palavras me faltarem,
fecha os olhos e deixa o som da minha voz ecoar dentro de ti,
e mesmo que as sílabas saíam fora de tempo,
ouve-as,
é de amor que falarão,
do nosso amor perdido,
que trago gravado no coração.
Se algum dia eu te encontrar,
noutro tempo, onde não se ouçam pássaros marinhos,
e sentires alguém a acompanhar os teus passos,
não deixes que os teus braços me congelem,
nem que as lágrimas me gelem na face feita em farrapos,
olha-me no fundo dos meus olhos lassos,
e vê para lá da cor transparente que os reveste,
sente o pulsar do teu reflexo,
mesmo que não vejas ali nexo,
e encontres apenas uma tristeza agreste,
não deixes que os meus anseios caminhem sozinhos.
Se algum dia eu te encontrar,
noutro tempo que não o presente,
vais recordar o meu nome, Sara,
como eu soletro o teu?
Conseguirás ver o que o meu corpo sente para lá dessa dimensão desconhecida?
Deixarás o tempo reencontrar-se,
amar-se,
com estes dias que correm plácidos?
Ou vais preferir os tempos ácidos em que não existias em mim?
Enfim,
saberás encontrar razões para amar-me, como agora amas?

1 Comments:

Anonymous Anonymous said...

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2:15 PM  

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