Sunday, January 14, 2007

À sombra de um navio adormecido,
numa manhã quase alevantada,
entreguei-me sem mais nada,
e o teu beijo entrou em mim.

Deixei-o entrar,
como quem abra a porta à maresia,
e o momento condensou-se em água,
enquanto todo o meu corpo estremecia,
e eu conhecia,
a doçura deste amor a nascer.

Os lábios colaram-se,
os passos demoraram-se em segredo,
e ali à beira do mar,
o silêncio deixou-se estar,
as palavras calaram-se a ver,
e eu sem morrer,
nos teus braços nasci outra vez.

E de mãos amarradas pelo medo,
seguimos atrás das estrelas e do vento,
deixando para trás as sombras mortas do passado,
porque amar assim não é pecado,
e ali à beira do mar,
o que antes era desalento,
transformou-se noutro sentimento,
e eu voltei a amar.

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