Thursday, January 25, 2007

Num voo rasante de quimera,
adormeço expectante à espera,
que o vento sibilante traga,
a fábula encantada,
e a noite amarga termine,
no beijo que define este amor.

Deslizo pelo terror da madrugada,
com o coração à cabeceira,
o corpo perdido na tempestade,

- sem eira nem beira - ,

a mão confusa à espreita,
de um calor ausente,
e o cérebro dormente,
sonha que dorme na tua cama.

Quem assim ama,
outra dor não sente,
do que o silêncio permanente,
ecoando pelo quarto,
o frio entrando em passo largo,
e o arco do tempo se fechando,
pela noite que renego.

Aí enterro a saudade,

do calor, da presença, da palavra.

A morte vislumbra-se intensa,
a vida perde a tonalidade da cor,
o sono que tarda,
encurta a distância,
a hora pingada,
aumenta a ânsia,
de voltar para onde o ontem estava,
de regressar ao que o amanhã encerra,

de amar.

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