Friday, December 07, 2007

Dêem-me um coto de lápis e uma folha branca
ou um canivete para que sangre a mão
e escreva a vermelho ou a carvão
isto que a palavra de mim arranca:

a ausência queima mais do que a solidão,
porque a solidão é a ausência condensada,
que rasga a alma demasiado cansada,
pela vil consciência da razão.

mas isto que escrevo,
seja a sangue, seja a caneta,
não é mais do que um vulgar cometa,
que risca o céu num desgarrado segredo,

que todos vêem (os que olham o céu)
o risco fugaz que o atravessa
mas a tua ausência não há quem meça
a erosão que provocaria neste ilhéu.

quantifico eu, a sombra que o eclipse do teu nome
faria, neste planisfério que me pertence,
em que habitas hoje, amanhã, sempre,
alimentando o amor que me consome.

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