Friday, February 27, 2009

ele procurava imprimir a densidade da carne nas palavras,
- não vamos desperdiçar vinho, enquanto houver palavras para dizer;
um dia inteiro em volta de uma frase, que uma noite acordada desconstruía,
- tudo isto passará um dia, como água;
porque sabia que quando a noite cair sobre os corpos e a poesia instalar-se na terra,
- só as mães são eternas, só a casa é um espaço vivo;
aquelas páginas amarelecidas guardaram a água que a vida encerra,
- a água também não morre: transforma-se, viaja.
e serão testemunhas desertas do sonho que ambos foram.
- queria ser água ou fogo, alimentar-me de oxigénio;
e esperava que alguém o lesse,
- extinguir-me;
o sonho, não ele,
- renascer;
porque ele não merecia ser lido,
- para sempre;
apenas o plural dele próprio deve ser recordado.
- contigo.

0 Comments:

Post a Comment

<< Home

Locations of visitors to this page Website counter