Tuesday, January 29, 2008

o marulhar das palavras que trazes
esses gestos que fazes
não pertencem a este mundo
mas ao fundo do tempo
que te viu nascer
atempo
de ser escrita em mim
a tua imagem
caminhando pela margem
do rio sem fim
que desagua neste planisfério pela metade
que goteja, que arde,
na sombra das ruas
onde dançam bailarinas nuas
e um velho candeeiro balança
com o vento
que dos teus passos se alevanta
desenhando o momento
em que chegas
como o início
do tempo
meu.

Friday, January 18, 2008

assaltam-me pensamentos erráticos
neste anoitecer desanimado
que não confluem para lugar particular
apenas ideias soltas
planas em vertigem
desencontradas de qualquer razão.
lógica e definição
não têm aqui lugar
porque num anoitecer desanimado
até o branco da lua
cai como uma (espécie de) desilusão.
e esta melancolia
de ficar sentado a ouvir o silêncio
de olhos postos no marulhar invisível de uma onda
a imaginar-te gioconda
antes mesmo dos teus lábios
desenharem o sorriso
que vou pintando em palavras
aquém do infinito.
porque a mão não se fez poeta
e não alcança
a perfeição do cometa
que atravessa o teu olhar.
fica a esperança
de renascer
outro
sem a dor de morrer.

Friday, January 11, 2008


É permitido fumar neste blog.

Sunday, January 06, 2008

amo-te, por isso

trago no corpo
a palavra tatuado
que uma noite de água
o dia esqueceu
e da música silvestre
carrego o esforço
a mágoa e o êxtase
de não ser a palavra
mas a alma agreste
que morreu
no final de uma frase.
e da ribeira
roubo o lodo das pedras roladas
memórias desasadas
de um aluvião de mármore
e bebo o sangue condensado
derramado ao mar
pela árvore do início do mundo.
sabe a lágrimas
mas é apenas sal
que o teu amor derrete
devagar

pela minha carne.
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